Um Novo Despertar

22/Jul/2020

 

Ao longo dos tempos, o Ser Humano sempre conviveu com inúmeras bactérias e vírus e, por contacto, veio a desenvolver mecanismos de defesa contra estes agentes. Do mesmo modo, estes desenvolveram novas formas de fintar a nossa resistência e nos infetar, causando doença.

Numa batalha sem fim, entre nós e um inimigo invisível, eis que surge mais um adversário… O aquecimento global.

Com as temperaturas a aumentar e o consequente degelo, tem sido deixada a descoberto uma espessa camada de solo, que permaneceu congelada ao logo dos tempos.

É então que começam a ser revelados os segredos mais profundos de tempo longínquos.

Têm sido feitas inúmeras descobertas, um pouco por todo o mundo, de microrganismos com milhares, outros com milhões de anos, até então adormecidos no gelo.

Escondidos ao longo de anos, começam novamente a despertar com o reunir de condições propicias ao seu desenvolvimento.

Alguns deles não representam perigo para o ser humano, outros, por outro lado, são causadores de diversas patologias.

Enquanto dura este sono profundo de agentes que podem ser patogénicos, muitas patologias que consideramos atualmente erradicadas, podem simplesmente estar camufladas e fazer-nos viver num falso estado de segurança.

Milhões de bactérias e vírus de outros tempos, que podem ser altamente infeciosos, (já nossos conhecidos ou não), aguardam pacientemente um cocktail de condições que os façam novamente despertar e procurar hospedeiro.

De referir que, apenas bactérias que formem esporos, conseguem voltar a viver nos dias de hoje, com o reunir de condições favoráveis, como é o caso, por exemplo, da Bacillus anthracis (Anthrax), da Clostridium tetani, causadora do Tétano e da Clostridium botulinum que provoca o Botulismo.

Não conseguimos prever quais são as consequências futuras do regresso destes “titãs”, pois não temos forma de saber qual será o próximo a ser libertado, qual será a reação do organismo humano à presença do mesmo, a escala com que nos poderá afetar ou até mesmo quando.

O que podemos fazer é tomar cautela, cuidar de nós, dos espaços que nos rodeiam e onde estamos inseridos, promovendo a descontaminação dos mesmos e não nos esquecermos que partilhamos o planeta com milhões de outros seres que, na sua maioria, não visíveis aos nossos olhos.